UNIVERSIDADE E CIÊNCIA MODERNA

MANEIRAS OUTRAS DE SABER/CONHECER

Resumen

Este artigo busca problematizar a universalidade da ciência moderna, enquanto maneira única de saber/conhecer privilegiada na estrutura ocidentalizada das universidades, com o objetivo de refletir acerca do reconhecimento e reposicionamento, em sua estrutura, de maneiras outras de saber/conhecer. O caminho teórico-metodológico se caracteriza como de natureza qualitativa, utilizando recursos bibliográficos e documentais. Inicialmente, se discute o privilégio epistêmico ocidental e a universalização da ciência moderna, a partir dos pressupostos da decolonialidade. Na sequência, é realizado a análise de duas experiências de programas com pressupostos decoloniais – a Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica e o Encontro de Saberes. A partir das análises das experiências, destaca-se que ambas se propõem a inserir outros corpos políticos, historicamente marginalizados e invisibilizados, assim como maneiras outras de saber/conhecer, advindas de regionalidades distintas, dentro dos muros e da estrutura ocidentalizada das universidades. Afirma-se que os dois programas analisados contribuem à descolonização da universidade e à sua transformação em um lugar de saber/conhecer pluriverso, principalmente por tensionarem o privilégio e universalismo dos cânones de pensamento, quadros teóricos e metodológicos de matriz ocidental.